GM restaura carros clássicos para comemorar centenário no país


Todos os modelos serão ofertados em leilão que acontece ainda em 2025


9 out 2025 | Automóveis e outros

A cada ano o Brasil vê a paixão pelo antigomobilismo aumentar, resultado de uma nova geração de colecionadores e de veículos neoclássicos. Foi nessa premissa que a Chevrolet decidiu inaugura o programa Vintage, que vai unir emoção e autenticidade ao oferecer veículos históricos da marca com a supervisão e validação da engenharia. O programa vai atuar em dois nichos estratégicos de veículos antigos: o da restauração, voltada à preservação máxima da originalidade, e o do restomod, que combina design clássico com tecnologias atuais para tornar os carros mais instigantes no uso cotidiano.

Ao todo serão dez veículos ofertados em leilão, com participação presencial e virtual para que interessados de todo o país possam arrematar as unidades. O primeiro pregão acontece ainda em 2025 e será aberto com dois modelos. Parte do valor arrecadado será destinado a projetos sociais do Instituto General Motors (IGM).

Os quatro primeiros modelos do Vintage foram revelados. O Monza 500 EF 1990 foi o primeiro carro nacional da Chevrolet com injeção eletrônica.  Já o Omega CD 1994 foi um marco dos veículos de luxo. Ambos foram recuperados exatamente como saíram da fábrica, sendo que o Omega recebeu upgrade de motor com o exclusivo kit Irmscher 3.6L. Também fazem parte da leva um Opala caracterizado SS 1979 com motor 4.1L atualizado com injeção eletrônica e uma S10 Rally 2004, originalmente desenvolvida para o Rally dos Sertões e competições off-road, que agora foi adaptada para rodar no trânsito. Há um quinto representante em fase final de acabamento, o Kadett GSi 1992, que era um dos carros mais avançados e desejados de sua época.

 

Todas as coleções do Vintage serão organizadas de forma temática. A primeira leva reúne 10 veículos produzidos no Brasil, em alusão ao centenário da GM no país. Entre eles está a picape 3100 Brasil – pioneira entre os utilitários nacionais –, que será revelada em breve ao lado de outros modelos.

Para entender melhor como funciona, os projetos são definidos por um comitê especializado da empresa, a partir de ampla pesquisa histórica, e podem contar inclusive com profissionais que participaram de alguma forma do desenvolvimento original dos modelos. A execução fica a cargo de parceiros acompanhados pela engenharia da GM. A empresa dispõe de um vasto acervo histórico, que inclui manuais, amostras de acabamentos, um banco de dados técnico e outro de imagens. Até mesmo o tom exato do zinco aplicado em peças metálicas — como parafusos e a vareta do capô — é analisado de acordo com o modelo, o ano, a versão e até a unidade específica, seguindo a numeração do chassi. Muitos itens mecânicos e de acabamento foram trocados por peças genuínas, preservadas em estoque e ainda em suas embalagens originais.

Já nos modelos restomod, voltados à customização, os projetos podem incorporar atualizações visuais ou de acabamento. Nesses casos, é o próprio departamento de Design da GM que assume a liderança, assegurando que as intervenções respeitem os padrões estéticos da marca em sua época ou reflitam o que poderia ter sido um carro-conceito. Outro destaque dos carros restomod do programa Vintage é o grau de atualização mecânica. Já foi anunciado, por exemplo, o desenvolvimento de uma picape C10 equipada com o conjunto motriz de um Camaro V8, além de freios redimensionados para acompanhar o novo desempenho.

No Campo de Provas da GM, os veículos do programa Vintage passam por testes de validação em laboratórios e em diferentes tipos de pista. O objetivo é garantir que estejam de acordo com as especificações definidas em cada projeto e coerentes com os parâmetros de funcionamento de um carro antigo. Os engenheiros da GM realizam ensaios de dinâmica veicular, ruídos e vibrações, dirigibilidade, rolagem e frenagem.

O propósito do Vintage é fomentar ainda mais a paixão pelo antigomobilismo, que cresce ano a ano no Brasil, impulsionado inclusive pela valorização dos chamados “neoclássicos” – veículos com cerca de 30 anos de idade. Nesse cenário, modelos relevantes dos anos 1990, como Corsa, Kadett, Omega e as primeiras safras da S10, vêm ganhando maior valor de mercado. Versões esportivas, top de linha, séries especiais e configurações raras são as que mais se destacam nesse processo de ascensão.

COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA