Os pets participam ativamente da vida de grande parte das famílias e, durante o auge da pandemia da Covid-19, muitas pessoas optaram por adotar um animal para ter companhia. No entanto, a retomada das atividades de rotina pelos tutores resultaram em um impacto emocional nos pets, mostrando que alguns desenvolveram sentimentos de medo e abandono. Essa última palavra é foco da campanha Dezembro Verde, que tem como objetivo alertar a população sobre as graves consequências do abandono de animais.
Durante todo este mês, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Ceará (CRMV-CE) promove um alerta para a população acerca do aumento de animais abandonados. Além de desumano, a prática pode promover riscos à saúde animal e humana, através do desenvolvimento de zoonoses, à exemplo da raiva e da leishmaniose.
Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Com a sanção da Lei Federal nº 14.064/20, houve o aumento da pena de detenção que era de até um ano, agora podendo ser de até cinco anos para quem cometer este crime. Além disso, o rito processual passou à vara criminal, não mais ao juizado especial. Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 30 milhões de cães e gatos estejam em situação de abandono no Brasil.
Outra questão são os riscos desses animais sofrerem ainda mais com o superpovoamento, que, pela falta de castração, acabam se acasalando e ampliando o quantitativo populacional que não recebem nenhum tipo de acompanhamento, passando fome, riscos de contraírem doenças, e, inclusive, podendo se acidentarem e não receberem o tratamento adequado, ou promoverem acidentes de trânsito.
Os médicos veterinários são agentes conscientizadores contra o abandono, que podem dar orientação desde o momento da escolha do pet até os cuidados para a saúde e o bem-estar ao longo da vida do animal. O recomendado é fazer uma reflexão antes de adotar ou comprar um animal doméstico. O animal terá onde ou com quem ficar quando o tutor for viajar? Ele terá um espaço adequado para dormir e brincar? Terá a atenção necessária que precisa? Haverá condições de levá-lo regularmente ao médico-veterinário? Lembre-se animal de estimação é uma vida, não um brinquedo.